segunda-feira, 3 de novembro de 2008

BPN/Nacionalização: Empresas da Caves da Murganheira não serão afectadas

Um responsável da Caves da Murganheira lamentou hoje o estado a que chegou o Banco Português de Negócios (BPN), mas disse acreditar que a sua nacionalização não interferirá no futuro das empresas que tem em Tarouca, Lamego e Portalegre.


A Caves da Murganheira/Sociedade Agrícola e Comercial do Varosa (Tarouca), comprou em 1998 a Tapada do Chaves (Portalegre) e em 2002 a Raposeira (Lamego). "Não vejo que haja problemas, porque directamente não temos nada a ver com o BPN, mas apenas com uma SGPS da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), a Partinvest", afirmou à Agência Lusa Orlando Lourenço, enólogo e um dos sócios da Caves da Murganheira.
Orlando Lourenço frisou que, por outro lado, a Partinvest SGPS (holding dedicada ao sector agro-industrial), "nem sequer tem a maioria na Caves da Murganheira", detendo apenas 49,5 por cento do seu capital.
"É óbvio que ficamos muito tristes, porque pertencíamos a um grupo onde estava integrado o BPN. Mas penso que a volta não poderia ser dada de outra forma", considerou, aludindo ao anúncio feito domingo pelo ministro das Finanças de que vai propor ao Parlamento a nacionalização do BPN.
Na opinião do enólogo, o que pode acontecer à Caves da Murganheira, Raposeira e Tapada do Chaves "é o que já foi anunciado a até já está na Internet: a venda de activos".
Recorde-se que o grupo SLN tinha decidido alienar todas as suas participações agrupadas na Partinvest SGPS, no âmbito de um plano de venda de activos não estratégicos.
"Mesmo em termos de financiamento, não estamos dependentes do BPN. Felizmente as empresas funcionam razoavelmente bem, não temos operações financeiras com o banco e nada nos preocupa em termos de futuro, apenas nos interessa manter a qualidade dos produtos", frisou Orlando Lourenço.
O empresário confia que, "mesmo em relação às empresas mais directamente ligadas ao banco", algumas se poderão salvar.
"Penso que o Banco de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos irão dar apoio às empresas que entendam que são viáveis", frisou.
Orlando Lourenço e três sócios compraram a Caves da Murganheira em 1987. Um dos accionistas, que era belga, vendeu depois a sua parte a uma participada da Soserfin, que mais tarde se fundiu com a Norcrédito, originando o BPN.
Lusa/fim

03 de Novembro de 2008, 14:22

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